Você tende a não se sentir confortável com o elogio de outras pessoas? Normalmente se sente não merecedor das suas conquistas? Quando algo de positivo acontece com você, sua tendência é dar crédito à sorte? Pois bem, se sim, saiba que isso tem nome. Chama-se de síndrome do impostor, um fenômeno psicológico que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, fazendo com que elas duvidem de suas próprias conquistas e temam serem “desmascaradas” como uma fraude. Mesmo pessoas altamente capacitadas e bem-sucedidas podem sentir que não são merecedoras do sucesso que alcançaram.
O termo foi cunhado pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes, da Universidade Estadual da Geórgia (EUA), na década de 1970 para descrever um padrão de pensamento em que indivíduos não conseguem internalizar suas realizações. Eles atribuem seu sucesso a fatores externos, como sorte ou circunstâncias favoráveis, em vez de reconhecerem suas próprias competências e esforço. Trata-se, portanto, de um sentimento de incapacidade ou inferioridade.
Estamos falando de um sentimento de incapacidade ou inferioridade, mesmo quando se têm resultados positivos. Pessoas com síndrome do impostor podem acreditar que não são tão capacitadas quanto os outros, independente da existência de evidências mostrando o contrário. Receber elogios pode ser um momento repleto de sentimentos antagônicos, algo constrangedor, tornando a pessoa incapaz de se apropriar do seu sucesso. Um dos medos mais constantes é o de não conseguir repetir os resultados anteriores.
A síndrome do impostor pode afetar qualquer pessoa, independentemente da área de atuação, mas é especialmente comum entre profissionais de alto desempenho, mulheres em carreiras dominadas por homens, estudantes universitários e pessoas criativas e empreendedores.
Vejamos os principais sinais da síndrome do impostor:
- Autocrítica exagerada – A pessoa se cobra excessivamente e nunca se sente suficientemente boa;
- Medo de ser descoberto – Temor constante de que outros percebam sua “incompetência”;
- Desvalorizacão das próprias conquistas – Atribuição do sucesso à sorte ou à ajuda de terceiros;
- Comparação Excessiva – Sentimento de inferioridade ao se comparar com colegas ou concorrentes;
- Perfeccionismo – Exigência extrema consigo mesmo, resultando em ansiedade e adiamento de tarefas por medo de errar.
Mas é possível superar a síndrome do impostor? Sim, desde que a pessoa adote alguns comportamentos:
- Reconheça o problema – Identifique padrões de pensamentos autossabotadores Mude sua perspectiva – Substitua a autocrítica por uma visão mais equilibrada das suas habilidades;
- Aceite o fracasso como parte do crescimento – Errar faz parte do aprendizado e não significa incompetência;
- Comemore suas Conquistas – Dê valor ao seu esforço e reconheça suas habilidades. Celebre suas experiências;
- Estabeleça metas alcançáveis – Defina horizontes de conquistas graduais. Não planeje sair do ponto zero para o ponto dez. Seja generoso com você;
- Reconheça e desafie seus pensamentos negativos – Quando eles surgirem, questione-os, coloque eles contra a parede das evidências;
- Busque apoio – Compartilhe seus sentimentos com amigos, mentores ou psicoterapeuta
A síndrome do impostor pode ser um grande obstáculo para o desenvolvimento pessoal e profissional, mas não precisa ser uma sentença. Com autoconhecimento e estratégias adequadas, é possível reconhecer seu próprio valor e superar o medo de não ser bom o bastante.