Ansiedade: como a psicoterapia pode ajudar a superá-la de forma eficaz

Por ser mais frágil do que boa parte dos outros animais, o ser humano precisou, desde que deu seus primeiros passos na terra, esquadriar cenários para definir o melhor horizonte de ação, alimentando continuamente a ansiedade. Não é à toa que esta emoção é tida como excesso de expectativas sobre o futuro. Num mundo cada vez mais complexo, a ansiedade se tornou hipertrofiada, promovendo o comprometimento da saúde mental e física, podendo, em sendo crônica, desencadear ou agravar condições como depressão e doenças cardiovasculares. 

Mas afinal de contas que contribuição a psicoterapia pode trazer para a pessoa lidar melhor com a ansiedade? Certamente, o principal ganho do processo terapêutico é o indivíduo entender os gatilhos que a desencadeiam, como situações específicas, padrões de pensamento ou experiências traumáticas. Essa consciência é o primeiro passo para a mudança, ao garantir a desejada autonomia para o sujeito regular melhor suas emoções. 

Com o tempo, a pessoa passa a reagir de maneira menos intensa a situações que antes seriam desencadeadoras. Isso é possível quando a pessoa aprende a identificar pensamentos distorcidos, substituí-los por crenças mais realistas e equilibradas e reduzir a catastrofização, que nada mais é do que uma distorção cognitiva que consiste em prever o pior cenário possível, se apegar a ele exagerando as consequências negativas.

Digamos que a ansiedade seja desencadeada por uma fobia específica; por exemplo, o medo de falar na frente das pessoas não íntimas. Muitos jovens vivem esse drama. Alguns comportamentos mantêm o ciclo de ansiedade, como evitar situações desconfortáveis. O terapeuta pode estabelecer junto com a pessoa desafios que promovam a sua exposição gradual. Sob sua supervisão, a pessoa enfrenta, de forma controlada e progressiva, as situações que teme, reduzindo a intensidade do medo ao longo do tempo.

A terapia trabalha para modificar padrões de comportamento. Ou seja, ela incentiva o desenvolvimento de habilidades práticas para lidar com situações estressantes. Ao ajudar, por exemplo, a pessoa a gerenciar suas atividades – ou usando uma expressão mais comum hoje em dia, a gerir o tempo (na verdade não gerimos o tempo, mas sim nossa organização) -, é possível lidar melhor com os desafios de cada dia, minimizando a pressão por dar conta de tantas atividades. 

Outro exemplo, é a adoção da comunicação assertiva para lidar com conflitos, ou seja, aprender a expressar ideias, sentimentos e necessidades de maneira clara, objetiva e respeitosa, contribuindo para a resolução de problemas sem gerar ou intensificar tensões. 

Com o progresso da terapia, a pessoa ganha ferramentas para gerenciar a ansiedade de forma independente, aumentando sua confiança e autoestima. O terapeuta ajuda a pessoa a identificar sinais precoces de recaída e a adotar estratégias para prevenir ou minimizar novos episódios de ansiedade. A psicoterapia, além de tratar os sintomas da ansiedade, capacita a pessoa a viver de forma mais equilibrada, confiante e preparada para enfrentar os desafios do dia a dia. É uma abordagem altamente recomendada e cientificamente comprovada.

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